Planejamento financeiro: por que nem sempre ele funciona?

Apesar de comprometido em elaborar um orçamento que pudesse ajudá-lo a entender melhor os seus gastos e, eventualmente, ajudar no equilíbrio das contas da família, passados alguns meses você logo se viu voltando aos hábitos antigos, e deixando de lado o seu planejamento.

Se o quadro lhe parece familiar não fique chateado, você não está sozinho. Mas, por que será que isso aconteceu? Afinal, você estava tão animado com o fato de que, ao adotar um sistema de controle orçamentário, seria capaz de começar a poupar e realizar seus sonhos financeiros.

No entanto, para que isso seja possível é preciso respeitar uma regra bastante simples: gastar menos do que você recebe. Isso explica o porquê tantas pessoas falham ao planejar o seu orçamento. Gastar menos do que recebe exige disciplina e, no caso de algumas pessoas, significa abrir mão de um estilo de vida ao qual estão acostumados, mas que não têm como sustentar.

Principais causas
Abaixo listamos as principais razões que levam as pessoas a não conseguirem manter o seu planejamento financeiro:
* Adotar uma postura negativa
Se você é daqueles que quando ouve a palavra orçamento imediatamente pensa em restrição, limites, ou algo semelhante, é importante que você tente rever seu ponto de vista.

Ninguém nega que equilibrar o seu orçamento exige sacrifícios, mas adotar uma vida saudável também exige. E nem por isso você abandonou a sua dieta, ou deixou de acordar mais cedo para correr. A razão pela qual não abandona esses hábitos é porque eles lhe dão prazer: afinal, você vê no espelho os benefícios. Procure adotar a mesma postura com relação ao seu planejamento financeiro.

Ao invés de pensar naquilo que precisa abrir mão, sonhe com o que pode realizar com os recursos que está poupando.

* Falta de controle dos gastos
Se você não sabe para onde está indo o seu dinheiro, o seu planejamento não pode dar certo. A idéia aqui não é ficar obsessivo, e andar por aí com um bloquinho anotando tudo o que gastou, ou se transformar em um pão duro. Mas, sim, estabelecer algum mecanismo de controle que vá além dos gastos recorrentes como aluguel, combustíveis, plano de saúde etc.

Você precisa ter uma idéia do quanto gasta com pequenos itens, os chamados gastos invisíveis, com itens aparentemente extraordinários, que quando olhamos de perto ocorrem com maior freqüência do que gostaríamos de acreditar. Estabelecer um limite de gasto com supermercado, roupas, brinquedos e lazer é importante.

* Gastar por impulso com cartão
De forma geral, gastar por impulso é um grande entrave ao planejamento. A diferença é que no cartão isso é mais fácil. Pode parecer que não, mas o simples fato de ter que preencher um cheque e, eventualmente, vários, lhe dá uma noção maior do que está gastando do que a simples assinatura do recibo do cartão.

Não há nenhum problema em usar o cartão de crédito como um meio de pagamento. Mas, considerar o seu limite como parte da sua renda acaba com qualquer planejamento. Por mais óbvio que isso pareça ainda existe um número relativamente grande de pessoas que, sem perceber, só consegue equilibrar o orçamento porque atrasa o pagamento da fatura do cartão. Use o cartão como se fosse dinheiro: só gaste o que tem.

* Consumo como realização pessoal
Muitas pessoas só conseguem ser felizes se possuem alguma coisa. A felicidade para elas passa pelo consumo. Não há nada de errado em ter sonhos de consumo. Mas, quando a pessoa começa a confundir os verbos "ter" e "ser" a situação complica. Se você só consegue "ser" uma pessoa feliz se "tiver" aquilo que deseja, provavelmente está vivendo além do que a sua renda permite. Desta forma, não há como o seu planejamento ser bem sucedido.

* Não se esqueça: você é único
Um erro comum na hora de elaborar um orçamento é adotar fórmulas prontas. Você é único e como tal seu padrão de receitas e gastos também, portanto é importante que o seu orçamento reflita as suas peculiaridades.

Porém, de todos os obstáculos acima, adotar uma postura negativa é a que mais prejudica o sucesso do seu planejamento financeiro. Não concentre-se apenas no que está deixando de fazer: assim não há como ser bem sucedido. Ao invés disso, pense nos sonhos que pode realizar.

Fonte: Site InfoMoney

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