Marketing Pessoal
"Dois meios existem no mundo para subires: pelo mérito pessoal ou pela imbecilidade alheia"
La Bruyère
Marketing Pessoal é geralmente entendido como um conjunto de técnicas e procedimentos usados por um profissional para promover a si próprio e a seu trabalho. Numa definição bem simples, Marketing é tudo aquilo que você faz para vender seu produto. O marketing pessoal seria então tudo que se faz para vender a si mesmo.
Algumas pessoas apresentam certa resistência a esse conceito de "vender-se". Acreditam que vender é uma ação específica de vendedores profissionais, pessoas com uma lábia extraordinária e uma habilidade fantástica para enganar os outros. Assim, não conseguem ver-se como vendedores, pois atribuem a isso uma conotação negativa. Isso é especialmente significativo entre os professores, que julgam ser sua tarefa de ensinar a mais nobre entre as tarefas possíveis, e portanto superior a "vender".
No entanto, caro amigo, a verdade é que somos todos vendedores. Na acepção mais ampla do termo, todos estamos grande parte do tempo vendendo algo e principalmente vendendo a nós mesmos. Você se vende quando busca um relacionamento novo, quando pede o carro emprestado ao pai ("sou responsável, pai!" ), quando busca o primeiro emprego, e também os demais, quando debate argumentos com um amigo sobre política, cinema, futebol ou arte. Todos os dias no trabalho, no casamento, na família, até no trânsito, estamos vendendo uma imagem, uma opinião, uma proposta. E se queremos que os outros comprem esses nossos "produtos", temos de aprender como vendê-los mais eficazmente. A recompensa dessa aprendizagem, geralmente é uma vida mais harmônica, com menos sentimentos de impotência e de arrependimento por ter de "engolir sapos", muitas vezes bastante indigestos.
Para isso é preciso que você observe alguns itens que são fundamentais para uma boa comunicação interpessoal, pois só vende a si mesmo quem se comunica bem.
Lembre-se do sucesso extraordinário do livro Inteligência Emocional de Daniel Goleman. Você pode não ter lido, mas certamente ouvir falar e com certeza viu alguma das inúmeras reportagens em jornais, revistas, televisão e rádio que abordaram o assunto. A Inteligência Emocional funda-se basicamente na capacidade de comunicar-se eficazmente, com os outros e com nós mesmos.
O problema é que normalmente não somos educados ou treinados para isso. Em geral, ou falamos demais, ou de menos, e quase nunca sabemos conscientemente usar a linguagem não-verbal de forma adequada aos nossos propósitos. Para os gregos antigos, isso dependia do uso da credibilidade pessoal como alicerce da comunicação, e está explícito na filosofia do Etos, Patos e Logos. Segundo ela, o ato de comunicar alguma coisa está sujeito à presença desses três fatores em ordem de importância, e a comunicação torna-se ineficaz se um deles não está presente.
Etos refere-se à credibilidade pessoal do comunicador. Quanto maior essa credibilidade, maior a chance de os interlocutores receberem a comunicação. Patos relaciona-se com a empatia provocada pelo comunicador, que favorece a atenção e interesse dos outros. E finalmente, Logos é a parte pensada, a lógica do que deve ser comunicado. Dizem então os gregos que se você não tem credibilidade, dificilmente conseguirá uma boa comunicação, mesmo que tenha um alto grau de empatia e uma lógica brilhante (qualquer semelhança com algum político que você conheça é mera coincidência). E assim por diante, se você tiver a credibilidade mas nenhum carisma ou empatia, também isso prejudicará sua comunicação. Atente que a lógica do discurso é deixada por último, como o item menos importante no processo, e que só será recebido se os dois fatores anteriores forem positivos.
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