As LER aumentam a demanda
Todas as quartas-feiras, os funcionários que trabalham nos caixas de uma grande rede de supermercados em São Paulo têm encontro marcado no salão de confraternização da empresa. Às 8 horas, uma fisioterapeuta os espera com colchonetes e diversos outros apetrechos para fazer alongamento e exercícios preventivos contra as lesões por esforços repetitivos (LER), típicas dos digitadores. Quem imaginaria, alguns anos atrás, que o fisioterapeuta teria um emprego desse tipo?
"Infelizmente, a acentuação das doenças provocadas por movimentos repetitivos representa hoje uma grande demanda no trabalho do fisioterapeuta", diz Rui Gardat, presidente do Conselho Federal de Fisioperapia e Terapia Ocupacional. "Empresas e instituições governamentais utilizam o fisioterapeuta tanto na prevenção quanto no tratamento dos trabalhadores", acrescenta.
A Fisioterapia é um exemplo de carreira que se adaptou rapidamente às mudanças da vida moderna. Há menos de uma década, sua função era primordialmente ajudar na reabilitação de doentes, idosos e crianças com problemas neurológicos. Hoje, caminha cada vez mais para a prevenção de doenças e para a melhoria da qualidade de vida. Por isso, não estranhe se encontrar um fisioterapeuta ajudando gestantes a aprender a contrair e relaxar os músculos durante o parto – outra novidade na fisioterapia. Ou então trabalhando com reeducação postural global (RPG) em grupos de idosos ou mesmo em empresas.
O esporte é outro segmento com boas oportunidades porque atletas e equipes estão buscando o trabalho do fisioterapeuta principalmente para manutenção da forma física e longevidade da atividade profissional. O atendimento domiciliar tem aumentado, mas em geral o fisioterapeuta trabalha em hospitais, clínicas, postos de saúde, creches, universidades, academias e clubes. "Mas o trabalho liberal, em consultório próprio, é a melhor opção", defende Gardat. A área estética também tem atraído profissionais. Marcas de cirurgia e de lipoaspiração podem ser amenizadas com exercícios aplicados por fisioterapeutas.
No setor público, a fisioterapia não evolui tanto e o profissional continua desvalorizado. "Os programas de saúde pública não contemplam adequadamente a população e normalmente trazem assistências equivocadas e ineficientes tanto no aspecto preventivo quanto na reabilitação", explica Gardat.
O fisioterapeuta precisa conhecer o ser humano de maneira global – aspectos físico, psíquico e social – pois deve estar atento à saúde do seu paciente integralmente. Esse profissional desenvolve tratamentos que unem recursos como água, calor, técnicas de movimento e massagens para tratar cada problema, estimulando o paciente.
Ao mesmo tempo em que o campo de atuação de fisioterapia se ampliou, o número de escolas também. Portanto, a concorrência por um posto de trabalho vai aumentar. "A formação das faculdades é adequada e 20% da grade curricular deve ser desenvolvida em hospitais, clínicas especializadas e ambulatórios públicos ou das universidades", diz Gardat. Em geral, o curso é integral e inclui disciplinas como anatomia, biologia, fisiologia, histologia, formologia, psicologia, entre outras. A formação específica traz massoterapia (massagens), termoterapia (calor e frio) e a cinesioterapia (movimentos). No último ano, há estágio obrigatório em clínica ou hospital. O salário médio inicial está em trono de R$ 800.
Duração média do curso: quatro anos
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