Fisioterapia: mercado competitivo e em crescimento


Rio - As primeiras atividades relacionadas à Fisioterapia remontam à antiguidade, com o uso de agentes físicos para o tratamento da dor e a ginástica com fins terapêuticos. A origem da profissão enfatizou e direcionou atividades para a recuperação de pessoas fisicamente lesadas como decorrência das grandes guerras. No Brasil, a Fisioterapia surge como possibilidade de solução para os altos índices de acidentes de trabalho.

Entretanto, com o tempo, a Fisioterapia cresceu como área de conhecimento, ampliando a atuação profissional e, conseqüentemente, o mercado de trabalho. Ser um fisioterapeuta atualmente significa dedicar-se a uma carreira promissora que conquista cada vez mais espaços. Cuidar de pacientes com problemas motores é uma das atividades que ganha adeptos todo ano.

"O mercado de trabalho se torna cada vez mais competitivo e, com isso, mais exigente por profissionais qualificados", explicou o professor Jefferson Braga Caldeira, coordenador do curso de Fisioterapia da Universidade do Grande Rio (Unigranrio).

Mas, ao contrário do que muitos imaginam, o trabalho do profissional não se restringe apenas ao atendimento de pacientes com problemas ortopédicos ou traumatológicos. O fisioterapeuta pode atender pessoas com distúrbios neurológicos, pneumológicos, cardiológicos e até dermatológicos. A professora Camila de Souza Furtado afirma que há vários lugares para a atuação dos fisioterapeutas.

"Os fisioterapeutas encontram boas oportunidades nos serviços públicos, sobretudo em redes hospitalares e em programas de saúde familiar; nas iniciativas privadas, através de redes conveniadas como planos de saúde e até mesmo o SUS; na iniciativa privada individual, representada pela clientela que paga diretamente pelos serviços fisioterapêuticos em consultórios próprios e consultorias", listou a coordenadora do curso de graduação da Universidade Estácio de Sá.

Mercado de trabalho

A Fisioterapia se divide em três grandes áreas de atuação: a Ortopedia, a Neurologia e a Respiratória. Mas existem outras vertentes que estão crescendo no mercado, como a Fisioterapia Estética e a Esportiva. Além disso, o fisioterapeuta hoje é um profissional de promoção e prevenção da saúde, adequando-se ao mercado de várias formas.

A prevenção de acidentes de trabalho é um cuidado que algumas empresas têm atualmente. Por esta razão, contratam fisioterapeutas para auxiliarem seus funcionários a ter uma postura melhor durante o trabalho e também a prevenir acidentes durante a execução de tarefas.

Segundo ele, os fisioterapeutas, atualmente, seguem a tendência de permanecer nos centros urbanos, onde há uma grande concentração de profissionais. O Rio de Janeiro tem, atualmente, de 10 a 20 mil profissionais em atividade na área.

"Independentemente do caminho escolhido, é importante desenvolver nos jovens profissionais o espírito empreendedor e a consciência de que o processo educacional não se encerra na universidade, mas será sempre uma constante na sua prática profissional", aconselha Jefferson Braga.

Mesmo com tantas oportunidades e uma crescente expansão no mercado, o coordenador da Unigranrio avalia que a Fisioterapia é uma profissão jovem. "A carreira foi reconhecida e regulamentada em outubro de 1969; tem apenas 36 anos. Aos poucos, os fisioterapeutas vão se projetando na mídia escrita e falada, informando assim a população brasileira sobre a profissão", explicou Camila Furtado.

O curso

O curso de Fisioterapia é bastante procurado. Várias universidades oferecem esta graduação, em todo o país. Com duração média de quatro anos, o curso inicia-se com disciplinas que têm o objetivo de oferecer um bom embasamento teórico. Anatomia, Fisiologia, Biofísica, Fundamentos da Fisioterapia e Cinesiologia são algumas das disciplinas que o estudante encontra nos primeiros períodos.

A partir do terceiro período do curso, são introduzidas matérias que utilizam os conhecimentos básicos como ferramentas para os conhecimentos aplicados da profissão. Algumas destas disciplinas são Cinesioterapia, Clínica Médica, Neurologia, Fisioterapia Cardio Funcional, Órteses e Próteses, Fisioterapia Dermato Funcional, Ética e Fisioterapia em Terapia Intensiva, entre outras.

"Quando os alunos começam a ter contato com a profissão, observam, experimentam e vivenciam algo jamais pensado e imaginado. Eles também não têm idéia das dificuldades a serem enfrentadas, pois os desafios são grandes. À medida que o curso avança, eles se descobrem e tentam se direcionar para as áreas de concentração: Neurologia, Cardiovascular e Pulmonar, Ortopedia, Esportiva, Dermatologia e Estética, Oncologia e Cirurgias", afirmou Jefferson Braga.

Na Estácio, estrutura curricular é voltada para a formação de profissionais generalistas, o que, segundo a coordenadora Camila Furtado, permite ao graduado transitar em todas as áreas de atuação. A instituição apresenta um currículo muito dinâmico, mas que preconiza a manutenção do aluno.

"Nosso objetivo é formar um profissional com visão ampla não só de mercado de trababalho mas também como integrante da área da saúde. Para isso, são obrigatórias as 80 horas de atividades complementares, 900 horas de estágio supervisionado, a prática de pesquisa e o trabalho de conclusão de curso", disse Camila Furtado.

Para se formar, o estudante precisa cumprir, pelo menos, um ano de estágio supervisionado em hospitais, clínicas ou laboratórios, que podem ser da própria universidade. Algumas instituições chegam a exigir até três semestres de estágio. Depois de formado, para exercer a profissão, o fisioterapeuta precisa obter registro no Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito) da sua região ou estado.

O que pode fazer:

Cardiologia e pneumologia: tratar pacientes nas fases pré e pós- operatória. Prescrever e aplicar exercícios ligados ao aparelho respiratório e circulatório.

Dermatologia: aplicar massagens e aparelhos de raios infravermelhos, ultravioleta e laser para reduzir lesões e acelerar a cicatrização de queimaduras e cortes cirúrgicos.

Fisioterapia esportiva: prevenir lesões e reabilitar atletas machucados.

Fisioterapia do trabalho: tratar doenças relacionadas com o trabalho, como as lesões causadas por esforço repetitivo (LER).

Grupos especiais: estimular músculos de quem sofre limitações de movimentos, como idosos e portadores de deficiência física.

Neurologia: auxiliar no tratamento de seqüelas de derrame cerebral, paralisias e traumatismos.

Ortopedia e traumatologia: acelerar a recuperação de movimentos e reduzir dores de pacientes com fraturas, traumas e luxações. Prevenir lesões da coluna vertebral e das articulações, causadas por postura incorreta ou esforço repetitivo.


Saiba mais:

Currículo mínimo: Fisioterapia, Anatomia, Antropologia, Saúde Pública, Histologia, Embriologia, Metodologia, Prática Desportiva, Bioquímica e Biofísica, Psicologia, Fisiologia, Microbiologia e Imunologia, Patologia, Sociologia, Primeiros Socorros

Áreas de atuação: Especialidade em RPG, consultórios particulares, centros de reabilitação, hospitais, fisioterapia do trabalho, INSS,  instituições esportivas e de ensino superior, clínicas ortopédicas, neurologia

Perfil do profissional: meticulosidade, sensibilidade tátil, bom relacionamento inter-pessoal, habilidade manual, paciência, abnegação, precisão, habilidade com crianças

Duração: 4 anos

Salário médio inicial: R$1.400

Onde estudar: Universidade Estácio de Sá, UFRJ, Universidade Castelo Branco, Unisuam, Universidade Católica de Petrópolis, Universidade Veiga de Almeida, Unigranrio, Univercidade, Universidade Gama Filho e Universidade Salgado de Oliveira
 
 
Reportagem extraida do O Dia Online

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